Oscilante

O meu conforto na confusão;
Eu acredito com convicção,
Ou desacredito e a tragédia é pobre;
Tudo assim oscila, é tudo emoção.

Em constante continuação, até posso chorar;
Então ouço uma música que me faz sorrir.
E uma mania que tenho de adoçar fel
Tem a força da outra de amargar mel.



E assim tudo oscila entre Sim e Não;
Entre ser derrotado ou ser campeão.
Desisto então da derrota e decido viver
Tentando não ter o que eu não merecer.



Parece que é difícil de continuar;
Mas pode ser que a dificuldade esteja em parar.
Preciso de um tempo para me recompor
E começo novamente a sentir frio e calor.



Sinto-me tão bem e isso é para transbordar,
Mas logo tudo começa a me perturbar;
E essa minha sanidade, por hora, em congruência
Se desgasta no fabuloso império dessa decadência.



Algumas vezes o ideal é a adaptação;
Quando perdido entre pessoas vem a solidão.
Uma adaptação que refresca e também queima;
Mas logo das cinzas surge o que de dentro reina.



Tudo oscilando. E será assim sempre?
Oscilante entre esta crença, se for evolução,
Pois o valor está em tudo que pode fazer bem;
Mesmo que o estável... esteja em construção.
[R. Tavares - (Príncipe)]