Anarquia Organizada


O que será que quer dizer “Eu não existo”?
O que eu digo quando sinto que não estou?
Como me convenço a acreditar que eu desisto?
Como permaneço nesse baile que acabou?

Olha eu quebrei todas as xícaras de chá.
E não me importo se os cacos estão lá.
Na verdade, é mentira, me importo sim
Outrora me obriguei a retirar isso de mim.

Caminhei, hoje, em volta de túmulos vibrantes
e eu neutro... olhos ardentes, sem graça.
São tão lindos e ao mesmo tempo tão distantes
Mas o cansaço era desanimo de praça.

Após a compra decadente de um nada
lembra que pode-se queimar sem haver fogo.
O que é que falta para chegar na estrada
e aproveitar um certo êxtase do jogo?

Tudo isso como um ponto de passagem
Circulando disparado na minha mente
E se eu contasse sobre toda a viagem
Na certa diriam que estou doente.
[R.Tavares-(Príncipe)]